segunda-feira, 1 de setembro de 2008

CABELOS

TRATAMENTO DE CHOQUE Tá a fim de radicalizar e alisar os cabelos? Tome cuidado redobrado, com hidratação para não deixar os fios secos e quebradiços
Tá certo, a gente está cansada de saber: depois de desfazer as tranças do cabelo, é preciso dar um tempo antes de qualquer outra aplicação de química. Os cabeleireiros são unânimes e cansam de nos ensinar a deixar os fios livres de química para que ganhem força e brilho. Mas, além de teimosas, somos ansiosas e queremos um novo visual a todo custo, sem perder muito tempo.Às vezes, a desculpa que encontramos para investir em uma mudança radical nos cabelos é uma festa de casamento ou algum evento especial. Em geral, optamos pelo alisamento, mesmo sabendo que esse é um tratamento que exige muito dos fios. "O problema de aplicar uma nova química no cabelo que acaba de ser destrançado é que ele fica quebradiço e pode não agüentar", alerta o cabeleireiro Nelson Antônio Júnior, do Salão York, em São Paulo.Isso acontece porque, em geral, a raiz do cabelo cresceu trançada, deixando aquela área mais fragilizada.Outra preocupação no processo de mudança é que as tranças fechadinhas contribuem para o acúmulo de resíduos. Com o tempo, aquela região da cabeça fica mais sensível.A primeira regra, portanto, é investir em hidratação e esperar pelo menos 30 dias para mudar o visual. Porém, se não dá mesmo para esperar e se vai correr o risco, preste atenção a essas dicas para um tratamento de choque o aliado para, fortalecer os fios.PASSO A PASSOLogo após desmanchar as tranças, é preciso fazer uma hidratação, de preferência no salão, com um profissional.O cabeleireiro irá avaliar a saúde dos fios e verificar a possibilidade de fazer o alisamento. Ele levará em consideração, entre outros fatores, o comprimento da raiz (que deve ser de pelo menos três centímetros).Para o alisamento, o profissional deverá optar por um produto com princípios ativos mais brandos, que agridem menos. O ideal são os feitos à base de hidróxido de lídio e guanidina. Deve-se evitar produtos que contêm amônia e sódio. Por serem químicas mais fortes, afinam os fios e podem alterar a cor, deixando-os avermelhados.Antes de aplicar a química no cabelo todo, é preciso fazer o teste em uma mecha para garantir que o resultado será satisfatório.Caso os fios estejam um pouco fragilizados, o cabeleireiro pode escolher por aplicar a química para relaxar apenas a raiz ou diminuir o tempo de exposição no cabelo. O alisamento não será 100%, mas o risco de prejudicar os fios será menor.A hidratação após alisamento é procedimento obrigatório. Uma vez por semana no salão, além de manutenção em casa.Outra opção é a queratinização, tratamento que fortalece a fibra do cabelo, e a cauterização, que consiste na aplicação de queratina e finalização com prancha de porcelana.Em casa, uma boa dica é lavar o cabelo com xampus medicinais e completar com um bom condicionador e um creme com filtro solar.O relaxamento somente deverá ser refeito depois de dois meses da primeira aplicação, para não prejudicar os fios.


DICAS DO PROFISSIONALO
Cabeleireiro Duza, na área há 30 anos, especializou-se em black power, cuida do visual de várias celebridades e acredita que o penteado nunca saiu da moda. Ele dá algumas dicas:

1. A hidratação é o primeiro passo para quem quer usar o cabelo naturalmente crespo. E o conselho é fazê-la uma vez por mês no salão e semanalmente em casa, com os cremes de sua preferência.

2. Por mais crespo que seja o cabelo, precisa ser desfiado no garfo, com a ajuda de um secador. Ele ganhará o formato do corte, que, na verdade, é o mais arredondado. Quanto mais crespo, mais original fica o penteado.

3. Para o cabelo mais soltinho, ou com cachos definidos, indico o líquido de permanente: levanta os fios e dá originalidade ao corte - fica armado. Bem ao estilo dos anos 1970. Mas, para obter esse resultado, o ideal é usar um fixador para detalhar e finalizar o penteado. Depois desse processo, o correto é ficar dois dias sem lavar para o cabelo permanecer cada vez mais crespo e arredondado.

Agora se você quer é um BLACK POWER O penteado que foi moda nos anos 70 volta com força total para homens e mulheres. Com as formas mais desalinhadas e descontraídas, continua fazendo sucesso
ELES TAMBÉM USARAM BLACK POWER Abaixo, Michael Jackson, ainda no tempo dos Jacksons Five. Ao lado, cantor-autor Toni Tornado. Abaixo, Angela Davis, militante do grupo Black Panthers. Grace Jones atriz-cantora e seu corte angular
Quem já passa dos 40 anos sabe que, nos anos 70, quanto maior era o black power mais seria respeitado pela turma. O primeiro famoso a assumir o pixaim foi Toni Tornado, depois Tim Maia. Ambos haviam morado nos Estados Unidos por um tempo. A atriz Zezé Mota conta que, em visita àquele país, na época, deparou com os negros usando cabelo natural, voltou para o hotel e enfiou correndo a cabeça debaixo do chuveiro e sentiu como se fosse uma libertação. A onda pegou tanto no Brasil que virou símbolo de modernidade não só para negros. Jô Soares, Marcos Paulo, Roberto e Erasmo Carlos (cantores), todos usavam. Até que, em meados de 1974, Paulo César, jogador do Flamengo e da Seleção Brasileira, inovou, colorindo o black de caju. Ganhou até o apelido de Paulo César Caju. O black dos anos 70 tinha o corte bem definido. Era cortado com precisão. A moda atual é deixar o cabelo crescer sem corte, sem definição. Alguns homens, por exemplo, texturizam os fios para os cachos ficarem mais soltos. Nesse caso, os cabeleireiros indicam gel como manutenção para maior fixação. Já para os que possuem cachos naturais, o ideal é usar leaven-in para evitar o ressecamento dos fios.

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