quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Culinária Afro-BrasileiraO negro introduziu na cozinha o leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, confirmou a excelência da pimenta malagueta sobre a do reino, deu ao Brasil o feijão preto, o quiabo, ensinou a fazer vatapá, caruru, mungunzá, acarajé, angu e pamonha.

A cozinha negra, pequena mas forte, fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar. Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; fez a mesma coisa com os pratos da terra; e finalmente criou a cozinha brasileira, descobrindo o chuchu com camarão, ensinando a fazer pratos com camarão seco e a usar as panelas de barro e a colher de pau.

Milagre para o governador tomar sopa

O primeiro negro pisou no Brasil com a armada de Martin Afonso. Negros e mulatos (da Guiné e do Cabo Verde) chegaram aqui em 1549, com o Governador Tomé de Souza, que comia mal e era preconceituoso: entre outras coisas, não admitia sopa de cabeça de peixe, em honra a São João Batista.

Bem que o Padre Nóbrega tentou convencê-lo de que era bobagem, mas Tomé de Souza resistiu, até que o jesuíta mandou deitar a rede ao mar e ela veio só cabeça de peixe, bem fresca e o homem deixou a mania, entrou na sopa.

Da guiné vieram, principalmente, fulas e mandingas, islamitas e gente de bem comer. Os fulas eram de cor opaca, o que resultou no termo “negro fulo” (entrando depois na língua a expressão “fulo de raiva”, para indicar a palidez até do branco). Os mandingas também entraram na língua como novo sinônimo para encantamentos e artes mágicas. Mas os iorubanos ou nagôs, os jejes, os tapas e os haussás, todos sudaneses islamitas e da costa oeste também, fizeram mais pela nossa cozinha porque eram mais aceitos como domésticos do que a gente do sul, o povo de Angola, a maioria de língua banto, ou do que os negros cambindas do Congo, ou os minas, ou os do Moçambique, gente mais forte, mais submissa e mais aproveitada para o serviço pesado.

O africano contribuiu com a difusão do inhame, da cana de açúcar e do dendezeiro, do qual se faz o azeite-de-dendê. O leite de coco, de origem polinésia, foi trazido pelos negros, assim como a pimenta malagueta e a galinha de Angola.

Abará

Bolinho de origem afro-brasileira feito com massa de feijão-fradinho temperada com pimenta, sal, cebola e azeite-de-dendê, algumas vezes com camarão seco, inteiro ou moído e misturado à massa, que é embrulhada em folha de bananeira e cozida em água. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Iansã, Obá e Ibeji).

Aberém

Bolinho de origem afro-brasileira, feito de milho ou de arroz moído na pedra, macerado em água, salgado e cozido em folhas de bananeira secas. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Omulu e Oxumaré).

Abrazô

Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de farinha de milho ou de mandioca, apimentado, frito em azeite-de-dendê.

Acaçá

Bolinho da culinária afro-brasileira, feito de milho macerado em água fria e depois moído, cozido e envolvido, ainda morno, em folhas verdes de bananeira. (Acompanha o vatapá ou caruru. Preparado com leite de coco e açúcar, é chamada acaçá de leite.) [No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxalá, Nanã, Ibeji, Iêmanja e Exu.]

Ado

Doce de origem afro-brasileira feito de milho torrado e moído, misturado com azeite-de-dendê e mel. (No candomblé, é comida-de-santo, oferecida a Oxum).

Aluá

Bebida refrigerante feita de milho, de arroz ou de casca de abacaxi fermentados com açúcar ou rapadura, usada tradicionalmente como oferenda aos orixás nas festas populares de origem africana.

Quibebe

Prato típico do Nordeste, de origem africana, feito de carne-de-sol ou com charque, refogado e cozido com abóbora.
Tem a consistência de uma papa grossa e pode ser temperado com azeite-de-dendê e cheiro verde.

Culinária Afro-Brasileira

A escravidão deixou marcas indeléveis, em sua grande maioria negativas, na trajetória socioeconômica do Brasil. No que diz respeito ao legado cultural, porém, uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade está na gastronomia.

A influência africana na dieta do brasileiro possui dois aspectos. O primeiro diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos. O segundo, à introdução de ingredientes na culinária brasileira.

A condição de escravo foi determinante para explicar como a técnica culinária dos africanos desenvolveu-se no Brasil. Tendo sido aprisionados na África e viajado em péssimas condições, os negros não traziam consigo nenhuma bagagem, muito menos ingredientes culinários.

Isso reforçou a necessidade da improvisação para alimentarem-se no novo território, que, por sua vez, tinha uma estrutura ainda pouco eficaz. A própria elite tinha de importar vários gêneros.

Nos engenhos de açúcar, para onde foram levados, as cozinhas eram entregues às negras, pois, no começo, os colonizadores vieram sem suas mulheres. Responsáveis pela alimentação dos senhores brancos e com a necessidade de suprir sua própria demanda, os negros passaram a adaptar seus hábitos culinários aos ingredientes da colônia.

Na falta do inhame, usaram a mandioca; carentes das pimentas africanas, usaram e abusaram do azeite-de-dendê, que já conheciam da África (as primeiras árvores vieram no começo do século 16). Adeptos da caça, incorporaram à sua dieta os animais a que tinham acesso: tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e caranguejos, preparados nas senzalas.

A cozinha africana privilegia os assados em detrimento das frituras. O caldo é um item importante, proveniente do alimento assado ou simplesmente preparado com água e sal. É utilizado na mistura com a farinha obtida de diversos elementos.

No Brasil, essa prática popularizou o pirão _já conhecido pelos índios_, mistura do caldo com farinha de mandioca e o angu (caldo com farinha de milho).
O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários e pratos típicos portugueses e indígenas, transformando as receitas originais e dando forma à cozinha brasileira.

Da dieta portuguesa vieram, por exemplo, as galinhas e os ovos. Em princípio, eram dados apenas a negros doentes, pois acreditava-se que fossem alimentos revigorantes. Aos poucos, a galinha passou a ser incluída nas receitas afro-brasileiras que nasciam, como o vatapá e o xinxim, e que resistem até hoje, principalmente nos cardápios regionais.

Da dieta indígena, a culinária afro-brasileira incorporou, além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato afro-indígena brasileiro mais famoso é o caruru. Originalmente feito apenas de ervas socadas ao pilão, com o tempo ganhou outros ingredientes, como peixe e legumes cozidos.

O acarajé, hit da cozinha afro-brasileira, mistura feijão-fradinho, azeite-de-dendê, sal, cebola, camarões e pimenta. A popular pamonha de milho, por sua vez, origina-se de um prato africano, o acaçá.

A vinda dos africanos não significou somente a inclusão de formas de preparo e ingredientes na dieta colonial. Representou também a transformação da sua própria culinária. Muitos pratos afro-brasileiros habitam até hoje o continente africano, assim como vários pratos africanos reinventados com o uso de ingredientes do Brasil, como a mandioca, também fizeram o caminho de volta.
No que se refere aos ingredientes africanos que vieram para o Brasil durante a colonização, trazidos pelos traficantes de escravos e comerciantes, esses constituem hoje importantes elementos da cultura brasileira. Seu consumo é popular e sua imagem constitui parcela importante dos ícones do imaginário do país.

Vieram da África, entre outros, o coco, a banana, o café, a pimenta malagueta e o azeite-de-dendê. Sobre este, dizia Camara Cascudo: “O azeite-de-dendê acompanhou o negro como o arroz ao asiático e o doce ao árabe”. No Nordeste, são também populares o inhame, o quiabo, o gengibre, o amendoim, a melancia e o jiló.

Tranças, Dreads e afins

Como deixar seu cabelo no mais tradicional estilo africano? A cabeleireira Chris Oliveira, da Cia das Tranças responde as suas dúvidas.

A partir de quantos centímetros é possível trançar os cabelos?

Com 4 centímetros o cabelo já pode ser trançado.

Quais os tipos de tranças estão mais na moda hoje?

As tranças grossas e mescladas nas mulheres e, as rasteiras desenhadas nos homens (bastante caracterizado por tipos como Iverson - jogador de Basquete, R. Kelly - cantor, entre outros)

A trança fica legal para qualquer tipo de rosto? Gordinhos podem usar?

Sim, só se deve tomar cuidado com o modelo de trança. As pessoas com rosto mais arredondado ou gordo deve tomar cuidado com as tranças dividas ao meio.

Cabelos fragilizados por uso de química também podem ser submetido a tranças? Não arrebenta os fios?

Os cabelos com química forte não suportão tranças, pois a parte alisada pode arrebentar. Se a pessoa quiser voltar ao seu cabelo natural, aí sim, usar tranças por um bom tempo é uma alternativa para que o cabelo cresça naturalmente.

Ao trançar os cabelos, usa-se algum tipo de creme para manter os fios hidratados e fixar o penteado?

Somente nos cabelos mais lisos usa-se gel e nos cabelos crespos o melhor é não usar nenhum produto.

Quanto tempo as tranças duram? Há alguma dica para elas durarem mais?

Depende da trança e do crescimento do cabelo de cada pessoa, as rasteiras duram de 7 a 15 dias e as soltas com “canekalon” de 2 a 3 meses. A dica é dormir com touca de meia, não lavar a noite e nunca usar condicionador ou cremes nas tranças, pois alem de não ser necessário, pode causar caspas ou até seborréia e ainda ajuda a desfazer mais rápido.

Como se lava o cabelo trançado?

Com as pontas dos dedos, somente com shampoo se conseguir, para que dure mais num intervalo maior de tempo.

Para que tipo de cliente vocês não recomendariam o uso de tranças?

Pessoas com o coro cabeludo muito sensível e com problemas de queda exaustiva de cabelo.

Como se obtêm o visual dreadlook? Dá para fazer em casa?

Existem 4 tipos de dreadlook, as pessoas que tem o cabelo extremamente crespos basta trançar o próprio cabelo (tranças soltas) e deixar ele crescer sem destrançar, o cabelo vai se emaranhar no formato da trança.

Os cabelos crespo (médio) ou lisos devem usar a cera de mel de abelha (vendida em lojas especializadas), o cabelo deve estar comprido, sendo que este só sairá cortando todo o cabelo.

Todos os tipos de cabelos podem fazer o dread de lã ou de cabelo sintético, que inclusive, tem sido muito procurado e dura o mesmo tempo que as tranças de 2 a 3 meses e não é preciso ter o cabelo muito comprido. Fazer em casa não é recomendado, principalmente com a cera porque uma vez aplicada ela não saí do cabelo, além de ser um processo bastante trabalhoso.

Como é feita a higiene dos cabelos neste estilo?

Estes podem ser lavados diariamente, com muito shampoo e até sabão de coco e secar com secador é a melhor opção.

Qual duração média deste visual?

Os dreads de lã e de cabelo sintético duram de 2 a 3 meses, já os de cera ou com o próprio cabelo duram até que a pessoa resolva raspar para tirar, pois o dread verdadeiro nada mais é que tufos de cabelos totalmente embaraçados.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

SEXO frágil? Que nada! Elas são fortes guerreiras

Três gerações! A prova viva de que beleza não tem idade.
Otimistas e de bem com a vida, as nossas garotas representam três gerações de sonhos, conquistas e poder das mulheres negras.
“Só mesmo a REVISTA AFRO BAHIA para realizar o meu sonho de ser modelo. E aos 81 anos. É mole?”, sorri a sempre bem-humorada Mercedes Monteiro Vieira, minutos antes de fotografar, de olho no corpo magro e esguio de Stella Lopes, 19 anos. “A cabeça dela é carequinha como a minha”, sorri a top model abraçando a animada senhorinha, que devolve. “Eu também estou na moda.” Enquanto isso, dona Judith Salvador, a mais idosa, 90 anos, observa Taís Pires, a mais novinha, de 5 anos, brincar de frente para o espelho. “Aprendi a gostar da minha cor.” É o reflexo de 3 gerações. Mulheres guerreiras, sonhadoras e símbolos de uma geração que registra o passado, o presente e o futuro da nossa história. “A mulher negra está a cada dia buscando o próprio espaço, e mais do que nunca a igualdade”, comenta Fabíola Reis, de 17 anos. Apesar da pouca idade Luara Galvão, 6 anos, concorda. Ela conta que adora se olhar no espelho, ama o cabelo cacheado e já está aprendendo a ler e a escrever para ser uma grande profissional no futuro. Enquanto isso, arrisca alguns passos nas passarelas, inspirada na top model Naomi Campbell.
Experiência
Elas são o máximo! Mercedes vive assim: sempre sorrindo para a vida. Acorda cedo, faz caminhada, se alimenta e corre para frente da TV. “Estou casada com as novelas!”, brinca a engraçada paulista que não resiste a uma roda de samba. “Se deixar fico sambando até o dia amanhecer.” Judith se orgulha dos 90 anos. “É a melhor fase da minha vida”, revela a simpática senhorinha que vive sendo paparicada pelos familiares. “Tenho o privilégio de estar presente na quinta geração da minha família.” Já Iracema faz sucesso com o cabelo branco e o sorriso encantador. “Meu sonho mesmo é entrar no BBB para mostrar as maravilhas da melhor idade.”
"Minha mãe ensinou a andar sempre de cabeça erguida e nunca me sentir ‘diferente’ pela cor da minha pele. O caráter sim é fundamental.”STELLA LOPES


EDUCAÇÃO, RESPEITO, DIGNIDADE“A minha mãe me ensinou a ser educada e respeitar os mais velhos.” Pelo visto a garota aprendeu os ensinamentos da mãe. “Eu levantei da cadeira para aquela vó sentar.” Dona Iracema da Silva Carvalho, 85 anos, sorri e agradece a gentileza de Luara. “Estou cheia de saúde. Já falei com Deus para ele me deixar pra semente”, brinca a senhorinha vaidosa que vive colecionando títulos em concursos de beleza, por isso, adora se exercitar para estar sempre em forma e de bem com a vida. “Jogo bola, faço caminhadas e gosto de dançar.” A modelo Grazielli Nery, 22 anos, atenta-se aos segredos para uma vida longa da Miss de cabelos brancos e sorriso iluminado. “Espero chegar a esta idade bonita e com tanta disposição como ela. Tanto na infância quanto hoje sempre me aceitei do jeito que eu sou. Nasci negra e me orgulho muito disso. Adoro ser chocolate!” A pequena Alexia Ndidi Gomes Obi também tem orgulho da cor. Ela conta com entusiasmo que esteve recentemente na África e conheceu pessoas, coisas e lugares incríveis. “Conheci parte das minhas origens. Voltei orgulhosa da minha cor e do meu cabelo enroladinho.” E lá estão as estrelas desta edição brilhantes, prontas para mostrar que de sexo frágil elas não têm nada!

Inocência Meninas de ouro: Luara já aprendeu a ler e escrever e se orgulha do cabelo cacheado. “Todo mundo fala que sou bonita! Agora então, depois de posar para REVISTA AFRO BAHIA... Vou fazer sucesso”. A graciosa Taís também vai à escola. Nas horas vagas gosta de assistir desenhos animados. A mãe da garotinha teve que estudar psicologia para entender melhor a inteligência da filha. Alexia, 6 anos, acaba de conhecer a África do Sul, terra do pai, e a Nigéria. “A raça negra é muito linda”, frisa. Ela faz questão de revelar que voltou para o Brasil mais feliz e orgulhosa por ser negra. “É o máximo!”
As histórias de Isabel Fillardis, Taís Araújo, Ildi Silva,Thalma de Freitas, Juliana Alves, Janaína Lince, e LicaOliveira, se confundem com a história da Revista Afro Bahia, que chegou pra ficar. Semelhança maior não é mera coincidência


lica oliveira
Para os padrões brasileiros, Lica Oliveira, 38 anos, ingressou tarde no meio artístico. Ex-jogadora de vôlei, ela entrou para TV por acaso. Estudante de jornalismo, ela esteve na Globo para fazer uma pesquisa para o curso. Acabou chamando atenção e foi "intimada" a deixar uma fita na emissora, entre idas e vindas da Europa, onde seu marido — também ex-jogador de vôlei — trabalhava, acabou sendo chamada para viver Adelaide de Mulheres Apaixonadas, a melhor amiga da problemática Santana (Vera Holtz)."Foi ótimo, a personagem tem uma resposta bem bacana e o melhor é que um papel que qualquer atriz poderia fazer, mas o Manoel Carlos colocou uma negra, o que é maravilhoso", diz Lica, que acredita que isso tenha de ser cada vez mais comum não em novelas, mas em todas áreas. "As pessoas tem de se acostumar a ver o negro em diversas profissões e camadas da sociedade brasileira. O negro não tem de ser um estranho no Brasil", completa.Ela relembra que, há anos, quando estreou no vôlei, falar de racismo era só no gueto. "Sempre fui muito bem resolvida em relação a negritude, mas antigamente falar de racismo era um tabu. Hoje a discussão é abrangente. Felizmente."
"O que é bonito tem de ser mostrado. E a revista afro bahia chegou pra isso Lica Oliveira"

isabel fillardis
Hé sete anos Isabel ainda era um das poucas negras da nova geração a ganhar espaço em novela das oito. São 15 anos de carreira, oito novelas no currículo e ela quer muito mais. "Vi muita coisa mudar em relação ao negro não só dentro mas fora da TV. É uma conquista louvável, mas ainda falta sermos vistos como parte normal da sociedade. Dificilmente um autor de novela, por exemplo, pensa no ator negro para fazer um papel qualquer, ainda tem de ser especificado: preciso de um ator negro para fazer tal papel", comenta.A solução que atriz a aponta para o problema é continuar trabalhando, "persistir". É por isso que ela não vê a hora de voltar à TV. Mãe de Ana Luz, 4 anos, e Jamal, 8 meses, Isabel teve de dar um tempo na carreira para cuidar dos filhos. "Vou ter de equilibrar família com profissão. É um desafio, mas não é impossível".
"Ser Afro é ser persistentee ter qualidade Isabel Fillrdis"

taís araújo
Ao receber o convite da diretora Denise Saraceni para viver a protagonista de Da Cor do Pecado, novela que substituiu Kubanacan em 2004, Taís Araújo pulou de alegria. Afinal, ela foi a primeira protagonista negra de uma novela global. "Nem perguntei como seria o personagem tamanha a felicidade. Quando soube de sua história, fiquei ainda mais encantada", conta a atriz.
"A Revista Afro Bahia é pioneira. Chegou impondo. Mostrando que somos consumidores e que precisamos ser respeitados Taís araújo"

ildi silva
Impossível não lembrar da beleza ofuscante da baiana Ildi Silva, 20 anos. Modelo desde os 14 anos, ela deu um tempo na carreira para estrear na novela Agora É que São Elas, na Globo. Poderia ter estreado antes. Um produtor de elenco a viu no programa de Ana Maria Braga como modelo e a convidou para um teste.A falta de experiência de Ildi atrapalhou, mas não a fez desistir. Ela estudou e consegui um papel na novela das seis. "Foi um aprendizado trabalhar em uma novela ao lado o diretor Roberto Talma, Joana Fomm e tantas outras feras", comenta. Da telinha, ela dever ir para telona, pois está estudando o roteiro de um filme que deve se passar na Bahia. Enquanto não pinta nada de concreto, ela vai tocando a carreira de modelo e se aperfeiçoando. Pretende ir para Nova York melhorar o inglês e ainda quer fazer fonoaudiologia para melhorar a expressão vocal.
"A Revista Afro Bahia é atual, moderna com ótimas matérias de beleza e informação. Enfim,é puro bom gosto Ilde Silva"


thalma de freitas
Aos 29 anos, ela entrou para TV por causa da música. Cantava desde criança e aos 18 anos começou a fazer musicais até ser dirigida nos palcos por Jorge Fernando, que a levou para Globo em 1996, quando fez Vira Lata, onde interpretou uma empregada de caráter duvidoso, mas que não chegava a ser uma vilã como a amarga Dalila em Kubanacan. "amei fazer a Dalila, ela era rancorosa e faz tudo para conquistar o Esteban (Marcos Pasquim) que a despreza.
" A Revista Afro Bahia é importante para que o negro possa se enxergar, se admirar, fazer parte da cultura brasileira Thalma de Freitas"

juliana alves
O trabalho voltado para comunidade carentes foi um dos itens que levaram a carioca Juliana Alves a participar da terceira edição do Big Brother Brasil. Junte-se a isso o fato de ser bonita e dançarina. Desde os 13 anos, ela faz parte da ONG Crioula no Rio, o que a fez se conhecer melhor como mulher negra e a trabalhar sempre pelo social.Ano passado, empolgada com o trabalho, resolveu fazer faculdade de serviço social. "Acabei desistindo porque já trabalho com isso. Optei pela psicologia", conta. Vai ter que conciliar com as gravações de duas cara.
"A revista é linda, mas poderia trazer mais artigos voltados para o nível social Juliana Alves"


janaína lince
Quando chegou ao Brasil em 1997, Janaína Lince — que nasceu no Brasil, mas foi para a Europa ao lado da mãe aos 2 anos — estranhou muita coisa. Durante anos, ela morou na Suiça. Só não conhecia seu país de origem. "Na Europa, me perguntavam como era o Brasil e isso me incomodava", diz. Veio atrás das raízes, se encontrou, porém ainda estranha muita coisa. "Não entendo como um país com a maioria negra tem espaço só para brancos. Também é difícil compreender o fato de muitas pessoas não terem acesso à educação, isso é o princípio básico na Europa", diz.Aos poucos a estranheza vai dando lugar a esperança. Afinal, o rosto e o jeito sapeca de Janaína pôde e ainda pode ser visto em vários comerciais de TV e outdoors este ano. "Parece que a mídia de um modo geral está caindo na real", comenta Janaína, que também pode ser vista em videoclipes nacionais e internacionais.
"Revista Afro Bahia levantou nossa auto-estima e é motivo de orgulho"

MARGARETH MENEZES

Nascida em Boa Viagem, uma região pobre de Salvador, Margareth começou a cantar em corais religiosos ainda pequena. Aos quinze anos de idade, aprendeu a tocar violão. Aos dezoito, deu início à carreira de atriz ao se apresentar na peça Ser ou não ser gente, no Teatro Vila Velha. Aos vinte um anos de idade começou a se apresentar em bares dando início à carreira de cantora, mas sem abandonar a de atriz. Com a mesma idade, apresentou-se no espaço cultural Circo Troca de Segredos (de cuja fundação participou), sendo bem recebida pelo público.
Conciliando as carreiras na música e no teatro, apresentou-se em São Paulo na peça Colagens e bobagens em 1985. Nesse mesmo ano, produziu e dirigiu, ao lado de Silas Henrique, "Banho de Luz", seu primeiro show solo, que lhe rendeu o Troféu Caymmi de melhor intérprete.Com o sucesso, começou a se apresentar em outras cidades da Bahia. Em 1987, com o advento da Axé music, e o começo da participação feminina em trios elétricos, tornou-se a vocalista do trio e do bloco 20 Vê. Seus shows começaram a fazer grande sucesso de público e crítica em Salvador e recebe novamente o Troféu Caymmi de melhor intérprete.Como cantora do bloco "Simpatia quase amor", suas músicas têm pela primeira vez, divulgação nacional e, no ano seguinte, apresenta-se em Buenos Aires. Este é o ano em que grava seu primeiro disco, com seu nome. Em 1989 viaja com Pepeu Gomes para o VII Festival de Música do Caribe, onde são eleitos os melhores. Também em 1989 grava seu segundo disco: "Um canto para subir". Com Gilberto Gil e Dominguinhos participa de vários shows e lança um disco nos Estados Unidos, que lhe rende o convite, feito por David Byrne, para fazer a abertura dos shows da turnê mundial do grupo Talking Heads.Seu disco "Elegibô" é considerado um dos cinco melhores de "World Music" do mundo pela revista Rolling Stones (1991). Em 2002, Margareth embarca para Timor-Leste para participar de um festival em comemoração à independência do país, realizada em 20 de maio. O evento contou também com a participação de Martinho da Vila, Fafá de Belém e Elza Soares.Aproveitando sua experiência, e a fim de driblar os obscuros interesses da indústria fonográfica no Brasil, fabricando sucessos e descartando-os, Margareth experimenta um período em que, apesar do sucesso internacional, não atinge o grande público. Sua apresentações na Bahia continuam tendo grande resposta de público e, finalmente, volta a explodir com força nacional em 2003, consagrando-se com um selo próprio.

Em 2004 gravou seu primeiro DVD, num show ao vivo, pela Rede Globo, com o qual recebe o prêmio DVD de Ouro.Sua rara biografia mostra uma mulher multifacetada como artista - mas Margareth revela-se preocupada com suas origens, com a defesa da igualdade e respeito. Ser considerada a "Aretha Franklin brasileira" pelo Los Angeles Times revela apenas seu talento como cantora, mas Margareth é muito mais.

Discografia
1988: "Margareth Menezes" - Polygram do Brasil
1989: "Um Canto para Subir" - WR e Polygram
1989: "Elegibô" - Mango/Island Records (EUA) e Polidor (Inglaterra).
1991: Kindala - Polygram1993: "Luz Dourada" - Polygram
1995: "Gente de Festa" - Warner Continental do Brasil
1998: Disco Autoral
2001: "Maga - Afropopbrasileiro" - Produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira.
2003: "Tete-à-tete Margareth Menezes" - Estrela do Mar (selo próprio)
2004: "Festival de Verão Salvador" (CD e DVD) - Som Livre/Rede Globo
2005: "Pra Você" - EMI
2007: "Brasileira ao vivo - Uma homenagem ao samba reggae"

Diz aí!

O que representa a mulher negra no cenário nacional nos dias de hoje?





“Na minha opinião ela é a grandeza do nosso país. Está cada vez mais conquistando o ‘poder’ profissional porque é capaz.”
HENRIQUE MARTINS, DJ




“A cada dia mostra que pode vencer. Tanto na música como na arte, na passarela, nos palcos. Meninas, mulheres da pele preta, vocês são as melhores. Torço por vocês.”
CLAYTON TRISTÃO, músico


“Representa um estilo de beleza e de mulher com atitude e, sem sombras de dúvidas, com muita perseverança e resistência.”
DIEGO VIECILI, modelo


“Luta, poder e muita atitude. Vem ganhando força no âmbito profissional, pessoal e artístico. Está cada vez mais valorizada.”
MARCELINO GURGEL, modelo

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Datas relativas ao Calendário Racial

Janeiro
01 de janeiro-Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal 24 de janeiro-Revolta dos Malês na Bahia (1835)31 de janeiro-Nascimento de Nzinga Raibnha de Angola de 1633 a 1663

Fevereiro
01 de fevereiro-Libertação de Nelson Mandela, após 27 anos de prisão na África do Sul (1990)

Março
08 de março-Dia Internacional da Mulher21 de março-Zumbi dos Palmares é incluído na galeria dos heróis nacionais (1997)21 de março-Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial em memória das vítimas do massacre de Shaperville (África do Sul / 1960)

Abril
04 de abril-Assassinato de Martin Luter King Jr (Memphis-EUA / 1968)05 de abril-Nasce o compositor Joaquim Maria dos Santos, Donga, autor de Pelo Telefone, primeiro samba gravado

Maio
01 de maio-Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras03 de maio-Nascimento do geógrafo Milton Santos, que revolucionou a geografia13 de maio-Dia Nacional da Luta contra o Racismo25 de maio-Dia da Unidade Africana – OUA (1963) / Dia da cda Libertação da África promovido pela ONU (1972)

Junho
05 de junho-Dia Internacional do Meio Ambiente06 de junho-Morre o jamaicano Marcus Garvey, mentor do Pan-africanismo (1940)24 de junho-Nascimento de João Cândido, o “Almirante Negro”, líder da Revolta da Chibata

Julho
07 de julho-Fundação do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminaçao Racial, depois MNU (1978) 25 de julho-Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

Agosto
12 de agosto –É publicado o manifesto dos conjurados baianos da Revolta dos Alfaiates, exigindo abolição, independência e liberdade (1978)14 de agosto-Morre a Ialorixá Mãe Menininha do Gantois (1986) 28 de agosto-Primeira Marcha de Negros sobre Wahington, em favor dos direitos civis, EUA 1963

Setembro
07 de setembro-Dia de luta - Grito dos Excluídos e Excluídas / Independência do Brasil.16 de setembro-Fundação da Frente Negra Brasileira, primeiro partido negro do Brasil (1931)

Outubro
13 de outubro-Fundação do Teatro Experimental Negro no Rio de Janeiro (1944)16 de outubro-O arcebispo Desmond Tutu recebe o Prêmio Nobel da Paz (1984)12 de outubro-Dia de Luta em defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

Novembro
01 de novembro-É criado o Bloco Afro Ilê Aiyê, em Salvador – ba, primeiro do Brasil (1974)15 de novembro-Proclamação da República18 de novembro-Abertura do I Seminário Nacional de Quilombos (1995)20 de novembro-Dia Nacional da Consciência Negra

Dezembro
01 de dezembro -Dia Internacional de Luta contra a AIDS02 de dezembro -Dia Nacional do Samba10 de dezembro-Dia de Comemoraçao pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.